sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Por hoje não me entristecerei

Queria escrever, mas não sei bem sobre o que.

Estou com um sentimento bom dentro de mim, qual exatamente eu não sei, mas é bom.

Queria escrever sobre amor, sobre como é bom sentir isso. Hoje não tenho vontade de escrever que me desiludi muitas vezes. Hoje não quero descrever a lágrima de tristeza que deixei rolar em meu rosto enquanto pedia luto. Hoje a única lágrima que me vem a cabeça é a que escorreu contornando as curvas que o meu sorriso fazia em mim, quando ganhei a primeira bicicleta, quando passei na prova, quando ganhei um prêmio, quando gosto de alguém, quando consegui viajar, quando dancei bem na igreja, quando vi alguém que tinha saudade.

Hoje eu quero descrever cada calafrio sentido ao ver quem eu gosto chegando, ao sentir o coração acelerado, a mão soada, e as pernas bambas. Hoje quero detalhar como é bela a borboleta, como é fresca a brisa na montanha, como é suave o canto dos pássaros, como é leve o cavalgar dos cavalos selvagens, como é liberta a sensação de voar, e como é cheiroso o aroma das flores.

Mas mesmo sabendo o que quero escrever, eu não sei. É uma insuficiência que as palavras possuem, elas não sabem alcançar a intensidade da felicidade, mesmo que esta não tenha um motivo exato. É algo indescritível, e por mais que eu já saiba disso, insisto em tentar suprir essa minha vontade, é algo maior que eu, mais forte. Uma necessidade de expressar como me sinto sem um motivo certo, apenas por notar a riqueza de detalhes primordiais. Mas já que já tenho uma ideia do que quero escrever, posso parar de rascunhar, outrora volto com inspiração e desenvolvo algo que supra o que quero contar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário