Merda!

*Só

Ficava ali observando num vago olhar como tudo aquilo poderia ser tão perfeito, como seria possível tudo ser tão belo. Na volta pra casa via como se uma nova camada fina alaranjada viesse cobrir as montanhas pelo frio que começava a fazer naquele fim de tarde. Tirando as náuseas da serra, olhar todo aquele verde lençol com suas curvas num molde corporal, me fazia acreditar que aquele era um instante de felicidade, e me esqueci por um breve momento que nada é eterno.
Deixei-me levar por meus pensamentos, e imaginava como seria bom dividir minha felicidade com alguém especial. Por vezes me peguei deixando escorrer por minha bochecha uma gota salgada que descia lentamente. Imaginava minha mão aquecida por uma outra, minha cabeça encostada sobre um ombro. Não consegui mais controlar minha mente depois de um tempo, parecia inevitável toda aquela lamentação.
Normalmente quando me bate esse sentimento fico tentando achar um motivo pelo qual me sinto assim, um motivo aceitável por eu estar só. Quando eu conheço alguém, ou até mesmo os que me conhecem a tempo dizem que eu sou uma menina preciosa, mas não sabem dar valor. Geralmente meu coração acelera perto dessas pessoas. Eu não entendo.
Mas me conforto em poder admirar a paisagem, ainda que com neblina, e me consolo reforçando o que eu já sei: tudo há seu tempo.

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*Isso é viver

Sorrio sem medo que contagiar as pessoas a minha volta,
Digo palavras belas a fim de que todos se lisonjeiem...
Brinco como uma criança para mostrar que a esperança
é eterna no coração daqueles que acreditam ser possível.
Irradio uma beleza própria de mim tornando os que me
rodeiam mais belos do que são.
Digo com o olhar coisas que a boca não teve coragem de falar.
Abraço, beijo, aceno transmitindo todo o sentimento bom
que guardo em meu coração mesmo que só reste um pouco.
Não tenho medo de gastar minhas energias ajudando os
entristecidos a voltarem com sua alegria natural ao rosto.
Quando me aflijo lembro daqueles que tentam me passar
com toda a intensidade o que me faz bem.
Afasto-me, sim, daqueles que não me fazem bem, afinal
busco a felicidade e tenho pena daqueles que não a podem
dividi-la comigo, sentiria muito prazer em fazê-lo.
Vivo bem, apesar dos maus tempos que na estrada encontro...
Nesses eu busco abrigo para minha proteção e
abrigo àqueles que necessitam quando possível!
Busco viver dentro da minha sabedoria, tendo consciência
de que a qualquer momento tudo pode não mais existir...
E tenho tanto receio de não poder deixar a vida com boas
lembranças, então antes que do fim do dia procuro um bom
desfecho, pode se-lo o ultimo!

Renovando

A gente passa a vida em busca de algo ou alguém que vai fazer tudo parecer óbvio, que dará sentido e razão à nossa vida. Procuramos não sei o que, em não sei aonde!
Acreditamos que tudo há seu tempo, mas esse tempo é indeterminado. Então tentamos encontrar uma lógica para tudo acontecer, e ai fazemos escolhas, lutamos, e talvez até conquistemos, mas talvez não... o que frustra.
Frustração não é sinonimo de desanimo, tampouco de desistencia, mas é uma barreira complicada, um buraco em que, inevitavelmente, caímos e tentamos nos reerguer, e podemos conseguir e voltamos a luta, desgastante luta.
Na verdade precisamos de ajuda o tempo todo, aí estão os amigos. Mas chega uma hora em que só os amigos ou familiares não bastam, hora em que é preciso alguém que tenha um sentimento maior, que demosntre e que construa contigo uma história, divida a mesma.
Se tivesse de escrever um livro sobre sua vida, sua história, como seria? Será que você o escreveria sozinha, será que o livro teria páginas em branco, reticências ou pontos sem final.
A busca incessante por algo que te completa é interessante, porém cansativa. Chega uma hora que apesar de aidna ter forças, decide-se parar de tentar tirar leite de pedra.
É nessa hora, como em todas as outras que nos dispomos a fazê-lo, que paramos para pensar e refletir o que há de errado com si. Porque te dizem que és preciosa mas não te dão valor, é essa a resposta sem sentido que acharás.
Bem, como estou cansada e já conclui várias coisas absurdas, retiro meu time de campo. É chato, porém um bom jogador tem que saber a hora de esperar que o técnico o chame no banco. Assim o farei.
Retiro... começo um nova fase da minha vida, novamente decidi inovar: serei eu mesma para sempre, mas não a mesma eternamente, tudo se renova. Aprovei minha opnião de tentar analizar as coisas de ótica diferente, buscarei outra forma de equilpibrio.
Por isso, na espectativa de logo encontrar um peso novo para a balança num breve próximo, recolho minhas lembranças, meus mimos. Arregaço a manga e me ponho a meu serviço. Junto minhas histórias e memórias e ponho numa caixa, que serão muitas como as páginas do meu futuro livro de histórias de vida.Estou de mudança, no âmbito geral e restrito.
E se ainda, de fato, naõ comecei, é porque o tempo breve ainda está chegando, bem rápido... eu sinto!