sábado, 8 de agosto de 2009

*Só

Ficava ali observando num vago olhar como tudo aquilo poderia ser tão perfeito, como seria possível tudo ser tão belo. Na volta pra casa via como se uma nova camada fina alaranjada viesse cobrir as montanhas pelo frio que começava a fazer naquele fim de tarde. Tirando as náuseas da serra, olhar todo aquele verde lençol com suas curvas num molde corporal, me fazia acreditar que aquele era um instante de felicidade, e me esqueci por um breve momento que nada é eterno.
Deixei-me levar por meus pensamentos, e imaginava como seria bom dividir minha felicidade com alguém especial. Por vezes me peguei deixando escorrer por minha bochecha uma gota salgada que descia lentamente. Imaginava minha mão aquecida por uma outra, minha cabeça encostada sobre um ombro. Não consegui mais controlar minha mente depois de um tempo, parecia inevitável toda aquela lamentação.
Normalmente quando me bate esse sentimento fico tentando achar um motivo pelo qual me sinto assim, um motivo aceitável por eu estar só. Quando eu conheço alguém, ou até mesmo os que me conhecem a tempo dizem que eu sou uma menina preciosa, mas não sabem dar valor. Geralmente meu coração acelera perto dessas pessoas. Eu não entendo.
Mas me conforto em poder admirar a paisagem, ainda que com neblina, e me consolo reforçando o que eu já sei:
tudo há seu tempo.
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Um comentário:

  1. Tarci, gosto de ler o que você escreve! Parece um elogio besta, e talvez até seja... mas é isso! rs

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