terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Colecionadora de histórias

Resolvi  que a vida é minha e eu tenho que vive-la. É tão legal poder olhar pro meu passado inteiro e ver desde os meus pequenos erros aos grandes acertos. Admirar minhas grandes paixões, minhas espectativas e desilusões. Olhar os corações apaixonados que por mim bateram, e todos os outros que me encantaram. E me orgulhar de tudo.
Resolvi rir dos meus medos, dos desejos e receios. Achar graça das ameaças, frios na barriga, riscos e suspenses a cada nova aventura. E ter história pra contar, desde os primeiros passos às minhas grandes corridas, do be-a-bá ao vestibular. Do desenho animado, filme de terror, comédia e romance. Cada nova etapa, nova lição, novas oportunidades.
Resolvi não me queixar de ter me dado mais do que mereciam, e sim a acreditar que vivi intensamente quando acreditei ser possível tornar o sonho real. Que mais vale me arriscar tentando do que ficar parada observando. As vezes alguns impulsos nos levam a criar oportunidades inimagináveis. Descobri também que posso ser e ter o melhor pra mim, porque sou capaz.
Resolvi que posso me fazer mais do que sou, ir além donde estou, e conquistar mais do que qualquer um conquistou. Que posso ser igual Narciso, mas olhar para o próprio umbigo nos impede de enxergar o que realmente é preciso. Que a beleza é relativa, e está nos olhos de quem quer ver.
Resolvi ainda, registrar tudo o que eu quisesse e que as palavras dessem no alto da situação, porque nada do que é sentido será da mesma forma outra vez. Não há de se comparar pra saber qual é o pior, apenas tentar fazer de todos o melhor.
Resolvi, talvez por ultimo, mas mais importante, que viverei muito, além do que o tempo pode contar, não estão nos segundos a intensidade com a qual se vive tudo. Dispus-me a sorrir na hora de chorar, dançar na hora de dormir, cantar no silêncio, festejar na tristeza, e tudo vice-e-versa. Quando me desse na telha. Não para os outros, mas para mim mesma, pois só eu saberei de todas as minhas lembranças desde o meu mais intimo ao meu mais exposto. E vou amando. Porque eu vou vivendo a vida, eu vou colecionando histórias.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Temporal

Por falta de criatividade, ou paciencia, não escrevo o que me passa em mente, mas encontrei essa música que veio a calhar ... então tá ae, ainda que não seja muito o meu estilo!

Temporal - Pitty

Chega simples como um temporal
Parecia que ia durar
Tantas placas e tantos sinais
Já não sei por onde caminhar.


E quando olhei no espelho
Eu vi meu rosto e já não reconheci
E então vi minha história
Tão clara em cada marca que tava ali.


Se o tempo hoje vai depressa
Não tá em minhas mãos
Cada minuto me interessa
Me resolvendo ou não.


Quero uma fermata que possa fazer
Agora o tempo me obedecer
E só então eu deixo
Os medos e as armas

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Desgostoso

.
Ah, e o mundo está surtando.
Olhos desconfiados nos desafiam,
sente-se o desgosto no ar,
todos os laços a despedaçar
Todos os movimentos meticulados a dedo
presava-se tanto algumas tradições,
alguns costumes que deviam ser bons.
E é tão ruim não sentir goso de viver
Não a vida em si, mas sim
necessariamente, a vida aqui.

.

Tempestade de sonhos

"Céus! Como é belo o que eu vejo:
As folhas gritam, as águas pingam,
A noite vira dia e o silêncio é rompido."

() - Música invisível no momento
"Hoje eu acordei sem lembrar se vivi ou se sonhei"
Sonhei acordada, bem acordada! E mil pensamentos e palavras foram ditas. Muitas atitudes e impulsos foram tomados. Carinhos e sussurros. Fecho os olhos e não sonho. Nem lembro, recordo. O que é lembrado pode ser esquecido, o que é recordado pode ser vivido.
Observe! Vê como o céu está claro, tão azul e limpo, sem nenhuma nuvem? Assim me sinto, assim estão meus pensamentos, por enquanto. Não sonhei com nada, ou sonhei não estar sonhando com nada. Tudo o que era sonho já fora real, ou está sendo. Já não preciso enxergar o que eu quero de olhos fechados, pois agora, com eles abertos, eu sinto o que por tempo era só desejo.
Agora veja! Olhe como se aproximam rápido as nuvens, sinta como é forte o vento, ouça como as folhas gritam ao serem tocadas. Observe também meus cabelos como ficam sem rumo, desnorteados. Idênticos àquele momento eterno, onde tudo parecia descontrolado, onde a velocidade era grande, fazendo de cada segundo o melhor instante. Venha! Abra os braços, veja como é fácil o vento levar. Mas que nos leve juntos.
“Glamurosa” ... “Pocotó”
Vê como eu vejo essa ventania forte? É o limite, por hora o limite. Fomos tão nossos, que desejei parar o tempo naquele abraço.
"E quanto a mim, te quero sim, vem dizer que você não sabe"
“Eu te quero só pra mim, como as ondas são do mar”
E conforme sonhei, te toquei para certificar-me ser real. Também o fiz com o violão. Como era mesmo aquela nova bossa? Como me encantei, me perdi só com o olhar. Agradeço a promessa cumprida. Ah, um dos meus maiores sonhos reais.
Como foi? Perfeito, já afirmei, e se se achar capaz: supere! Desafio? Talvez. A vingança? Não tive nem coragem de pensar. Prato principal? Arroz. Mais chá? Não foi preciso pedir, na medida certa, foi e será sempre inesquecível, dessa e quantas vezes precisar ser. Nem preciso dizer, o silêncio foi e sempre será mais sincero. A boca já não dizia. Assim como a flor, tudo já dizia por si.
"Que culpa a gente tem de ser feliz, que culpa a gente tem, meu bem?... Feliz agora e não depois"
 “Abraçar é quente, beijar é chama”
Assim como todos esses fenômenos, foi natural. Quem seria o culpado se não há erros, qual seria a solução se não há problema? Não há níveis, há o que houve. Não há razão ou explicação para os sentimentos e atrações. Eles se completam, se temperam.
Não há furacões em mente, tudo está em nossas mãos. Há apenas uma brisa leve que refresca, e agora depende de nós. Que não deixemos o ar silenciar.
Mas como tudo parece impossível. Será que não estou a sonhar? Beliscos. Não, não me faça o mesmo, não me belisque. Porque se for sonho, eu não quero acordar.
“Te ver e não te querer é improvável é impossível. Te ter e ter que esquecer, é insuportável, é dor incrível”.

"As palavras não queriam me pertencer, ou sair de mim, mesmo sendo a escrita o silêncio da fala. Talvez porque não fosse preciso, mas eu queria registrar, talvez exagerando um pouco, mas expressando que está me dando vontade. As palavras, agora, não podem completar o que já foi por demais completo."

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O silêncio da fala

.
É impressionante como buscamos sempre o que escrever, como procuramos sempre palavras que possa descrever sensações, acontecimentos, pessoas, indagações, até mesmo as próprias palavras. A escrita é o silêncio da fala. Tomei um vício de fazer isso, é algo compulsivo que me consome e que nem sempre me satisfaz. Qual a solução? Também gostaria de saber. Mas acho que a pergunta mais correta seria: Qual é o problema?, e assim perguntando, surge o problema, Mas surgiu só por não haver o problema? Então a falta de problema já seria um problema. Pronto, eis a solução: ter um problema. Parece doidera, não ? Também achei quando percebi que tinha um problema. Eu sou o problema, o meu problema.  Não analisa, não!


Essencialmente, não há, de fato. Mas necessitamos sempre indagar as coisas, buscar suplemento pro que já é completo, entender o incompreensivel, ver o invisivel, e tudo mais que se anule. Mania de insatisfação.
E falamos, questionamos, defendemos, afirmamos, negamos... e tudo que envolva a fala. E não percebemos que o que há de mais belo está no silêncio. Mas não no silêncio do surdo, isto não tem nada de belo. E sim no silêncio visivel, aquele que não são os ouvidos que vão nos dizer. É preciso escutar o silêncio como um cego.
 Há coisas muito importantes a dizer, que de tão importantes, não deveriam ser ditas, pois só é sincero aquilo que não se diz, só o silêncio é sincero. Com ele se diz mais que mil palavras em vão.
O silêncio de alguém dormindo é sincero, porque é quando nos revelamos nós mesmos. E mesmo quando roncamos, essa é a luta para conquistar o silêncio, é a luta de Deus contra os maus elementos, e Deus sempre vence. Vejam os mortos, eles não falam, porque Deus venceu. O silêncio é a linguagem de Deus.
O silêncio é sincero, repito. Sincero como a flor, que nada diz, e já se diz por si só. Não precisa de palavras, imagine uma flor falando... como ela perderia a essência. Muitas palavras ditas nos fazem destruir tudo o que construimos em nós, destruir a nós mesmo. Não há nada mais completo do que o silêncio.
Ah, e a música, a expressão completa, com suas cadências e melodias... também é sincera. Pois vejam só, a música é silêncio, é o movimento dele. O ar, não se sente, não se escuta. E o vento, se sente, se escuta. E o vento é essencialmente o ar em movimento, o que torna a música o movimento do silêncio.
As palavras estão em quem fala e em quem escuta, é necessário os dois para o silêncio, pois este fica entre os dois, no processo de um para o outro. 
O que mais se não o silêncio de tudo para ouvir melhor. Refleti muito e percebo que é preciso calar o coração, a mente e principalmente a boca, para escutar o silêncio do mundo. O silêncio do cego, e não do surdo.



(completamente baseado em encontro marcado) 
Pr: 10,19 / 12,14-23

domingo, 17 de janeiro de 2010

Marobservando


E sentia vagorosamente a onda vir e voltar
trazendo e levando sonhos e esperanças comuns
Mergulhava naquele mar, fugia da quebrantação,
perdia o pé do chão, e a cabeça já estava coberta
E retomar o ar me fazia renascer d'água.
Refugiava-me na areia, onde meus pés eram
levemente tocados pela água que vinha
beijar docemente a areia solitária.
Meus olhos perdiam o horizonte imenso
e perdiam, meus pensamentos, a razão do pensar.
Já estava tudo pronto, admirável, perfeito
Qualquer acréssimo feito por mim
quebraria o encanto inevitável do momento.
Resolvi mudar um instante de perspectiva,
de acento... passei à rocha que imóvel
estava lá desde a minha infância.
Nela aqueci do sol fresco, e refresquei-me
das gotas que respingam do brutal impacto
das ondas revoltadas no monte rochedo.
Óh! Mar misto, completo, perfeito e indecifrável
Não é possível descrever a intensidade de
sua imensidão em palavras.

.

Coração furtado



Furtastes meu coração
justo o único que tenho,
não poderia ser outro órgão
como o rim ou o pulmão?


Peço-lhe que o logo me devolva
pois ele é que me faz viver
e sempre me apaixonar
inclusive, e repetidamente, por você.




Sugiro uma troca: o seu pelo meu.
Seria então recíproco as atitudes,
e os impulsos justificáveis
e teríamos um amor em plenitude.


Mas caso não faça um bom proveito
dessa minha importante parte
Devolva-me logo, para assim
doá-lo a alguém que o melhor acate.


E mesmo sendo este apenas um furto,
sinto-me gravemente agredida,
despedaçada por sua indelicadeza
e irresponsabilidade pelo que cativa.

.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Surpreendente sonho

Ah, ainda era verde a grama e muito rosa a burgueville no jardim. O céu estava lindo, o ar fresco e as nuvens formavam desenhos. Beijos, bichos, corações. O sol estava fresco, combinando com a leve brisa que balançava apenas as pontas do meu cabelo. E ali estava, eu recostada na árvore, num piquenique solitário como de costume para reflexão e escrita. Admirava cada detalhe buscando inspiração para o próximo rascunho. De pálpebras cansadas, adormeci sobre o meu próprio ombro, e mesmo num breve cochilo, sonhei.
Despertei um pouco incomodada e agradada com um som sutil de um violão, acompanhando o canto dos pássaros, harmoniosamente. Mais parecia que os pássaros o acompanhavam. Era um melodia conhecida, e prometida a tempos a mim, por alguém que jamais cumprira a promessa de tocá-la. Parecia coincidência as partes em francês com o meu novo curso superior, mas a voz era familiar. Não era uma qualquer, era estilosamente sussurrada, como provocação. Fez-me lembrar de uma antiga paixão, uma impossível, por alguém que toca e canta tão bem, isso me encantava... me perdia só em observar. Aquele jeito poético de ser. Nunca fez, mas o imaginava sussurrando, me dava até arrepios.
E por recordar rapidamente dessas coisas, subiu em mim um arrepio, desses que sobem pela nuca e fazem inclinar um pouco a cabeça e piscar lentamente os olhos... E desta forma, lentamente piscando os olhos, reabri-os assustada. Seria tudo coincidência? Não sabia. Um frio ligeiro me subiu, sentei-me eretamente, ampliando meu campo de visão lateral, e não avistando ninguém. E se fosse um sonho, como poderia a música continuar mesmo após o meu despertar? Improvável.
Sentei-me sobre meus joelhos, largando o Bilu, mas não a caneta, esta eu prendi ao meu cabelo. Receosa, não olhei pra trás. Não sei bem se eu sentia medo ou ansiedade, não me surpreenderia com nenhuma das duas sensações. Pensei em correr até uma distância segura para olhar e tentar reconhecer que som era aquele, mas seria muita covardia. Ameacei então chamar a minha antiga paixão pelo apelido carinhoso minimizador de seu nome. E fiquei sem reação ao escutar a sua pergunta como resposta em seguida: "Surpreendida?". É, eu confesso que fiquei, e muito. O violão parou, virei para trás, e eis que ele saiu por de trás da árvore, com o seu sorriso. Levantei num pulo para o cumprimentar, ainda um pouco estarrecida com o aparecimento repentino. Agradeci pelo cumprimento da promessa da música, e o convidei a sentar.
Sentamos então, ali mesmo, no pequeno pedaço de pano que me acompanhava nos piqueniques a fim de não me sujar. Mas de tão pequeno que era, nos obrigou a sentar um bem ao lado do outro, nem me importava, não mesmo. E o silêncio após confortados permaneceu por um minuto eterno, enquanto olhávamos um ao outro indeterminadamente a fim de conferir alguma mudança desde a ultima vez que nos vimos. Reconhecimento feito, ele começou: "Finalmente, espero que não se vingue muito, ou que pelo menos me agrade a vingança." Risadas, e mais risadas, um pouco meio sem graças, mas risadas. Não fomos direto ao assunto, nem sabíamos ao certo qual era. E naquele momento descontraído de conversa ao vão, notei o que já havia notado antes quando era apaixonada. Notei sua maneira suave e marcante de falar, de mexer o cabelo que por vezes parece despenteado, o seu balançar das mãos... ai! Suas piadas de humor negro, tão delicado, e meio sádico de vez em quando... o que me assustava mas deixava um tom de mistério, como se por mais que eu o conhecesse, não soubesse mesmo quem ele é. Ficava receosa e cheia de vontade de decifrá-lo. Tudo, cada detalhe. E me fiz comparar de novo dentro de mim os sentimentos atuais que eu sentia.
Sentia muita coisa, sentia um furacão dentro de mim. Pensamentos que desejava que não fosse tão invisíveis a ele, outros que preferia nem pensar. E nos meus atos mais impulsivos, de querer exteriorizar o que penso, o abracei. Desejei muitas coisas no momento que o tive nos meus braços, só nos meus braços. Controlei-me com dificuldade, mas rapidamente, logo me desculpando. Quando novamente nos olhamos, e eu, como fuga, saltei, fincando de pé e falando assuntos embolados, soltando e prendendo novamente meu cabelo com a caneta, passando a mão na minha blusa, mega envergonhada. Envergonhada não pela minha atitude, afinal carinhosa... mas pelos meus pensamentos involuntários e invisíveis, que poderiam não ser correspondidos ao serem revelados.

Ele levantou pedindo minha calma, em vão o pedido, mas pediu. Segurou em meus braços, me abraçou sem obter resposta minha. Sentia-me uma criança novamente, inexperiente, insegura, e tudo mais com 'in' que puder expressar a minha incapacidade de reagir a mim mesma. Fechei novamente os olhos, com força. Ele me afastou de si e pediu que abrisse os meus olhos e o olhasse nos olhos. Senti-me corando na mesma hora, e abrindo lentamente os olhos com receio de ver o que eu mais desejei enxergar a tempo, mas que não sabia se era o que eu queria naquele momento, apesar da emoção momentânea. Devagar, ele lançou sua mão em meu cabelo retirando a caneta, alegando que ficaria melhor daquele jeito. Aceitei, e no mesmo ritmo ajeitei o cabelo de forma volumosa e sem definição quanto a posição. E fui me agachando até sentar novamente. Tive tanto medo de estranhar a minha reação, de não gostar, ou não sei o que.
Sentou-se em seguida, dessa vez mais encaixados e confortados um no outro. Não havia outra saída, a não ser conversarmos sobre o que aconteceu, sobre o que tem acontecido, sobre mim, sobre ele, enfim, sobre nós. Que tínhamos algo forte sem saber o que, que brincávamos com fogo sem saber, que dançávamos um ritmo sem saber, mas fazíamos juntos algo que não sabíamos o que. E após confessarmos coisas, sentimentos, sensações, acontecimentos que da minha parte eram verdadeiros e convenientes, e encaixarmos tudo, paramos mais um instante. Com o crepúsculo e a minha hora de partir logo chegando, ao canto das cigarras anunciando o sol d'outro dia, e algumas nuvens cobrindo o céu para a chuva vespertina de verão... aconteceu o inesperado. Ao nos aproximarmos, ambos com o mesmo desejo aparente, um beijo simples prestes a acontecer. Com minha mão em seu cabelo e no seu ombro, enquanto as suas estavam em meu cabelo e em minha cintura, escutamos um ensurdecedor estrondo no céu acompanhado de um clarão que fez daquele inicio de noite, um novo e breve amanhecer, o que nos fez afastar por susto.
E inquietada novamente, e torcedora da chuva se demorar mais um bocado, recolhi a caneta e o caderno, enrolando-os no pequeno pano, e abraçando com força, já sentindo os pingos pesados de chuva. Dei alguns passos enquanto o via indo pegar o violão que ficara por de traz da árvore, e percebi que ainda o via da mesma forma... assim o vendo de costas, ele me lembrava muito um menino, um molequinho, sempre com suas calças meio soltas, o mesmo tipo de camisa... Contornando a árvore e voltando a mim, fui ao seu encontro, parando frente a frente, me aproximando a alguns centímetros por segundo, percebendo-o largar o violão, enquanto me puxava pela cintura com a outra. Largava então o meu enrolado, passando minhas mãos para seu rosto. Essa era mais uma forma de ver ser ele era real.
Começava então a, literalmente, chover. E os dois com sorrisos garfildianos, olhávamos pro céu, e voltávamos a nós, continuando da onde o trovão interrompeu. Concretizado então, o que por vezes em sonho eu desejei. O primeiro beijo após tanta história, tantas idas e quase vindas.
E percebia que incomodava aquela chuva, tão quanto antes não a percebia. E me sentia incomodada pela posição. A cabeça doía, e tudo parecia desconfortável. Mas ainda assim sentia em meus lábios o meu sorriso. Sorriso ? E de repente perco o apoio onde repousava cabeça. Sorriso? Cabeça? E sinto minha mão relaxar e deixar soltar algo. Sorriso? Cabeça? Algo? Tentei rapidamente segurar, com o maior receio de ter o largado, de ter o deixado partir mais uma vez. Quando senti espetar minha mão em alguma ponta inconveniente, que me vez apertar os olhos, e os abrir por curiosidade. E o descontentamento ao ver o dia ainda claro e nublado, os pássaros cantando, e a caneta me espetando. Num pulo levantei, rodei a árvore, descrente de que nada daquilo tivesse sido real. Perdendo minhas forças, desmontei no pequeno pano, dessa vez espaçoso por não ter que dividi-lo, com uma lágrima simples mas doída escorrendo em mim. Peguei o Bilu, e descrevi meu desespero de novamente ter sonhado com o irrealizável, de ter desejado o indesejável, de querer o impossível. Sonhos.


 "Sonhos sempre teremos, mas não adianta apenas idealizá-los, precisamos agir e aproveitar o que a vida nos oferece." - Ou seja, sonho é aquilo que acreditamos que seremos capazes de realizar... tudo o que sonhamos e acreditamos, podemos tornar realidade. (Tarci)

Um encanto por você

O seu enigmático misterioso jeito de ser
desperta de mim algo incompreensível
além da mente, mas não é coração
é um desejo insaciável de te querer.

Suas palavras são ciladas perigosas
de uma arriscada brincadeira de fogo
onde os dois podem se queimar


Uma dança audaciosa e harmonica
proibida, de cadência tentadora
e dançada ousadamente conforme o ritmo.

Uma força pra lá de impulsiva
desafiadora e capaz de burlar planos,
atravessar portas e janelas trancadas.

Mas o melhor é ter controle de mim
nessa minha grande cisma,
sabida do meu querer e não poder
do meu desejar e não alcançar,
do meu encanto por você.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Semeio o que escrevo / desabafo confuso

Escrevo aquilo que busco
como camponês que semeia
o que almeja colher.
Crio, por pensamentos, fantasias
ou complementos daquilo que vivi.
Gravo, com lápis, no papel
aquilo que na liberdade construi
No lugar particular, e meu
que jamais poderão me tomar
Nem que me falte o juizo,
pois ser são não é ser livre!

__________________________________________

Talvez nos meus pensamentos mais insanos
a liberdade eu possa expressar
O meu anseio pelo desconhecido tão misterioso
mas tão obvio aos olhos de quem não vê
Nem ao certo sei os caminhos da minha mente
ou o destino que ela me levará a escrever
mas rascunhos nessas teclas a minha
eterna vontade de viver!

Razão escrita


Escrevo como fuga,
por suplemento
de algo que me falta;
preenchimento do vazio;
lotação de um buraco.
Satisfação do inalcançável,
com palavras incapazes,
cercada de tudo
em meio ao nada.
Loucura visível
aos olhos de quem não vê.
Sanidade condenada
por pensamentos calados.
O que me sobra não relato
transpareço em mim
em gestos e olhares.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Por hoje não me entristecerei

Queria escrever, mas não sei bem sobre o que.

Estou com um sentimento bom dentro de mim, qual exatamente eu não sei, mas é bom.

Queria escrever sobre amor, sobre como é bom sentir isso. Hoje não tenho vontade de escrever que me desiludi muitas vezes. Hoje não quero descrever a lágrima de tristeza que deixei rolar em meu rosto enquanto pedia luto. Hoje a única lágrima que me vem a cabeça é a que escorreu contornando as curvas que o meu sorriso fazia em mim, quando ganhei a primeira bicicleta, quando passei na prova, quando ganhei um prêmio, quando gosto de alguém, quando consegui viajar, quando dancei bem na igreja, quando vi alguém que tinha saudade.

Hoje eu quero descrever cada calafrio sentido ao ver quem eu gosto chegando, ao sentir o coração acelerado, a mão soada, e as pernas bambas. Hoje quero detalhar como é bela a borboleta, como é fresca a brisa na montanha, como é suave o canto dos pássaros, como é leve o cavalgar dos cavalos selvagens, como é liberta a sensação de voar, e como é cheiroso o aroma das flores.

Mas mesmo sabendo o que quero escrever, eu não sei. É uma insuficiência que as palavras possuem, elas não sabem alcançar a intensidade da felicidade, mesmo que esta não tenha um motivo exato. É algo indescritível, e por mais que eu já saiba disso, insisto em tentar suprir essa minha vontade, é algo maior que eu, mais forte. Uma necessidade de expressar como me sinto sem um motivo certo, apenas por notar a riqueza de detalhes primordiais. Mas já que já tenho uma ideia do que quero escrever, posso parar de rascunhar, outrora volto com inspiração e desenvolvo algo que supra o que quero contar.

Rosa branca indurável



e com um sorriso bonito no rosto,
alegrei-me ao recebe-la, ao senti-la
tão singela e simples, esbanjadora da beleza
tão delicada e macia, inspiradora de sentimentos
extravagante e relapsa, desenvolve o pensar
desperta o amor, e o mistério do indecifrável coração

branquela que só, contrasta com seu caule
transmite paz e esperança
mas, mesmo com as expectativas criadas,
com o passar dos dias, murcha a rosa
quebra a paixão, sem força de amar
agora és apenas exemplo da indureza
do sempre, que sempre acaba
sua beleza já não mais existe
e o sorriso é ofuscado pela lágrima incontrolável
de mais uma flor mal cultivada
de mais um amor não correspondido.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

ViVa 2O1O

1ª postagem do ano - Seja bem vindo, 2010!

Posso não ter conseguido fazer tudo o que gostaria fazer como meta no ano que
acaba de terminar, posso ter me iludido demais em alguns sentimentos, esperado demais as coisas acontecerem pra mim, criado expectativa inútil, me sentido monótona e o caramba a quatro...
Mas, acabo de notar que comecei um ano que será magnifico. Não são mais expectativas inúteis, e sim uma proposta que me fiz, me propus a viver esse ano. Já me sinto renovada.


Mas, de um dia pro outro assim?
Sim, depende de mim querer mudar, e adivinha ?
Eu quero!

2009 não foi de todo ruim, teve seus acontecimentos, mas não foram resolvidos, ou mal resolvidos,
mas já servem para uma ótima história.
Eu diria que finalizei mal, mas com mente limpa, e iniciei bem, com mente cheia de novos sonhos, tirei o primeiro sono dessa nova etapa e despertei renovada, minhas energias estão recarregadas e sim, farei de 2010 mais um dos melhores anos da vida, da minha vida.
Tá que eu não conquistei tudo que desejei, mas se assim fosse não desejaria novas coisas, não almejaria sonhos maiores e talvez abrisse mão de tanta coisa que há muito vinha querendo.
Grandes coisas estão por vir, grandes coisas vão acontecer neste lugar
; na minha vida. Este ano promete, eu prometo. Tenho um novo plano de metas: 18 anos em 1, 365 dias em 1, 24 horas em 1. Farei de cada instante um grande momento, eu não vou passar por mais um ano, eu vou vive-lo. Vou inovar o que 2009 não foi capaz.
Nunca já não é algo que pertence a mim mais.
Nunca já foi tempo demais para eu não viver.
As boas coisas podem permanecer, mas estou renovando!